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sexta-feira, 29 de março de 2013

O nudista e as fotografias

Desta vez resolvemos debater um tema sobre o que parece ser a relação de afastamento entre os nudistas e as fotografias. É sabido que o corpo nu apela ao aparecimento dos mirones e muitas vezes esses mirones trazem com eles a máquina fotográfica para registar o acontecimento para a posteridade. Quantos nudistas já passaram por isso? Nós já. Já tivemos o mirone que do seu posto elevado está a registar com fotos todos os que estão na praia mas também já tivemos o individuo que anda só a passear e vem da zona têxtil para a zona nudista e começa a registar o passeio com fotos (Praia do Meco), e embora nessas situações a maioria dos nudistas não se esconda são sempre desagradáveis essas situações. O afastamento do nudista com as fotografias a nosso ver deve-se a dois motivos – o facto da possível exposição do seu corpo de maneira abusiva e deturpada, afastada daquilo que na realidade estava a fazer, e aliado a isso o facto de muitas vezes os nudistas o serem sem conhecimento nem da família nem dos amigos, o que leva a haver um receio de que a exposição dessas fotografias, num mundo em que a internet e as redes de partilha de informação estão muito desenvolvidas e correm muito rapidamente e facilmente, possam chegar às pessoas que não queremos que cheguem.
Por algumas vezes já ouvimos dizer que o nudista tem vergonha de tirar fotografias, nada mais falso.
O nudista não pode ter vergonha de tirar fotografias, visto que o nudista está muito à vontade com o seu corpo e com a sua nudez.
No entanto achamos que devemos separar as águas neste aspecto. Também a nós faz alguma impressão o facto de haver alguém que possa tirar-nos fotografias directamente, seja um têxtil ou seja um nudista, no entanto se essas fotografias não forem tiradas directamente às pessoas mas em que ao tirar as fotografias a outros nos possam apanhar, essa situação já torna tudo diferente.
Nós como família que praticamos nudismo, gostamos de registar as nossas férias em fotos, sejas os jogos que fazemos na areia, seja brincadeiras à beira mar. Mas tentamos fazê-lo sem apanhar mais ninguém, no entanto notamos que existe sempre alguns olhares incomodados pelo facto de estarmos a tirar fotos uns aos outros.
A nós o facto de uma família ou casal estar a registar as suas férias, fins-de-semana ou uma simples tarde na praia em fotos e que dada a proximidade nos possa apanhar não nos incomoda absolutamente nada pois acreditamos que essas fotos não são feitas com qualquer maldade e serão para uso privado, mas no entanto existem muitos nudistas que acham que os outros nudistas não têm o direito de poder registar os seus momentos de lazer em fotografia.
Por que será que nos sentimos incomodados com a possibilidade de nos poderem tirar uma fotografia nus e tal não acontece quando estamos vestidos, sendo nós nudistas assumidos e a praticar o nudismo nos sítios próprios e com atitudes próprias?
Nós sinceramente já não ligamos muito, e encaramos muitas vezes essas situações como naturais, e não nos escondemos como já vimos acontecer (isso é que não é natural), tanto que este nosso blog também tem algumas fotos nossas publicadas.
Um nudista é uma pessoa como outra qualquer que passa os seus fins-de-semana e as suas férias como todos os outros só que o procura fazer despido, nos sítios próprios para o efeito.
Como tal não terão o direito de registar as suas férias em fotografias como todos os outros?

Falando de Nus



O meu amigo, Stephen DiRado de Worcester, Massachusetts, tem fotografado nas praias de nudismo na ilha de Martha’s Vineyard por …… 15 ou 20 anos com uma máquina fotográfica de 8x10. Não se fazem fotos instantâneas com máquinas de 8x10. Stephen cria uma relação com todas as pessoas que fotografa. A primeira vez que vi a série de fotografias das pessoas da praia, fiquei espantado. No sentido comum estas não eram fotografias de nudez, mas sim imagens de pessoas, pessoas reais, a aproveitar o sol, a areia e a água. Elas estavam confortáveis nos seus corpos normais. A máquina fotográfica 8x10 captou a pele tão bela e luminosa, mas mesmo assim é pele com poros, pelos e rugas. Então quando passei os corpos, cheguei à história. O que se passa entre estas pessoas. Qual é o seu relacionamento com os outros. O Stephen ensina na Clark University, mas passa todos os Verões na Martha’s Vineyard a fazer fotos…. fotos de praias de nudismo, de mesas de jantar e mais recentemente, fotos de saltos. Tive a sorte de ver os portfolios crescerem e posso afirmar que as imagens presentes na sua página da internet são simplesmente a ponta de um iceberg. Há uns meses atrás no blog de Alec Soth, houve uma discussão sobre fotógrafos subestimados. Foi quando surgiu o nome do Stephen e o Alec foi ver o site do DiRado e posteriormente entrevistou-o. O Alec começou a entrevista com:

Até a semana passada eu não estava familiarizado com Stephen DiRado. Algumas pessoas referiram o seu nome no que diz respeito à discussão de fotógrafos subestimados. Fui ver o seu site e fiquei transtornado. Embora eu não tenha a pretensão de ter um conhecimento enciclopédico do meio, é inconcebível que o trabalho desta qualidade e consistência não tenha penetrado na minha consciência mais cedo. Serei eu de outro planeta ou é Stephen DiRado o fotógrafo mais subestimado na América? Passados quinze minutos de ver o seu site eu enviei um e-mail ao Stephen, na esperança de ele me responder a essa e outras perguntas a respeito de seu notável trabalho. Stephen respondeu com a mesma generosidade de espírito que você pode ver em seus quadros. 

Quer ver algumas fotos de nudez numa perspectiva mais fresca? Não deixe de visitar a página da internet de Stephen DiRado. 

http://www.stephendirado.com

Tradução livre casaisnudistas