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sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Nudismo vs publicidade


Numa leitura de um jornal online português, deparamo-nos com um anúncio de uma marca de electrodomésticos, em que uma série de meninas em topless saltavam de pára-quedas. Ora isto despertou em nós uma questão:
Quantas campanhas publicitárias apelam à nudez?
Muitas.
Desde marcas de electrodomésticos, a marcas de roupas passando por produtos de beleza, com mulheres/homens nus em sítios paradisíacos, e não só.
E após uma pesquisa no youtube, descobrimos que até existem alguns anúncios em que o cenário indica praias ou resorts nudistas, e outros em que mostram a prática nudista para promoverem o seu produto.
Ora isto abre caminho para muitas questões e pensamentos.
Então o nudismo/naturismo é para muitos uma prática anti-social e condenável porque praticamos a nudez (em espaços próprios para o efeito), mas para promover um produto a nudez já é arte?
Para muitos a nudez em casa é um tabu, não sendo aceitável o banho comum entre pais e filhos, mas numa campanha publicitária de um produto de beleza uma mãe numa banheira com o filho já é uma situação normal?
E sendo o corpo nu (muitas vezes até em casa) normalmente uma coisa a esconder, quando aparece na televisão ou cinema, já se pode ver e mostrar?
Ora o que nos parece é que existe uma falta de bom senso por parte dos críticos dos nudistas, muitos deles envolvidos nas marcas e campanhas publicitárias, em encarar esta prática como uma pratica saudável que não tem implicações para terceiros, mas que depois apelam à imagem do corpo nu para poder vender produtos.
Porque quer queiramos quer não a nudez vende.
Vende produtos, vende turismo (basta ver os parques e resorts nudistas que dão um bom impulso ao turismo e à economia porque a procura continua a ser maior que a boa oferta), e até vende automóveis.
Sim automóveis pois nas exposições auto é ver algumas marcas de automóveis com meninas junto aos carros, mais ou menos despidas (muitos consideram que são mais ou menos transparentes), de modo a chamar a atenção para os carros expostos, porque quanto mais pele se mostra, mais atenção se tem.
Mas assim tudo é normal e permitido. Para muitas dessas pessoas a pratica do nudismo/naturismo é imprópria e as pessoas que a praticam são meramente exibicionistas.
Nós simplesmente perguntamos como diz o povo brasileiro:
“Somos só nós? E cadê os outros”     

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Naturistas da Praia do Pinho queixam-se da invasão de pessoas vestidas movidas pela curiosidade‏

Post enviado por peladistas unidos e publicado em:
http://jornalobinoculo.blogspot.com/2010/01/naturistas-da-praia-do-pinho-se-queixam.html


Uma placa logo na entrada aponta as regras, entre elas, a que mais chama a atenção: a proibição do uso de roupas na faixa de areia. O recanto natural batizado de Praia do Pinho, primeira praia de nudismo do Brasil, perde aos poucos as características que trouxeram reconhecimento internacional. Há exatos 20 anos, amantes da liberdade e da natureza se despem para aproveitar o mar na praia agreste de Balneário Camboriú. Mas nunca tiveram tanta companhia de pessoas vestidas.

São curiosos que bisbilhotam a vida de quem quer apenas gozar a filosofia de vida de que é preciso tão pouco para ser feliz. A forte exploração comercial e conseqüente divulgação dos atrativos são fatores que podem estar contribuindo para a demanda de observadores, considera o secretário de Turismo de Balneário Camboriú, Osmar Nunes Filho. (...)

Postado por Itamar França

Ao ler este post veio-nos à memória um que nós colocamos neste blog à algum tempo (ver Caminhantes ou Mirones), em que referíamos o facto de sermos constantemente observados nas praias por pessoas que se deslocavam à praia de nudistas com o pretexto de um passeio à beira mar.
Mas esta situação tem contornos mais graves pois a praia do Pinho penso que seja de nudismo obrigatório, diferente do caso das praias nudistas portuguesas, que são de nudismo legalizado e não obrigatório.
Logo quem lá vai sabe o que encontra e para o que vai.

A questão é, que tomada de posição é esta, e qual o objectivo? E não nos digam que é só para poder ver corpos nus, pois hoje em dia através da net ou televisão isso facilmente é possivel.
Só se for para causar incómodo e pressionar.

Pressão só porque pode haver o pensamento em algumas cabeças que com circulação de têxteis em praias nudistas, alguns movimentos ou praias possam acabar pelo incomodo que isso possa causar.  

Mas incómodo só se for pela atitude e não pela nudez, pois os nudistas/naturistas estão no sítio certo para estarem nus e não vão para os espaços têxteis expôr a sua nudez.

O que acontece é que por vezes parece que quem tem o poder autárquico referente a esses espaços, por não querer ser associado práctica nudista/naturista nem aos seus movimentos, infelizmente não toma, nem quer tomar as devidas decisões para que situações idênticas não possam voltar a acontecer.
Pelo que temos tido conhecimento, no Brasil as coisas são bastante diferentes, e esperamos que isto tenha sido um caso isolado.
Em Portugal ainda nos falta alguns anos para conseguirmos abrir as mentes que continuam fechadas.

Entretanto quem vai a essas praias em vez de ir com o objectivo de ver corpos nus, ganhem coragem e experimentem despir-se, pode ser que gostem...

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Guia MaCamp de Naturismo e Nudismo no Brasil‏

Chegou-nos através dos peladistas unidos esta informação, sobre um site dedicado ao naturismo/nudismo mas também com uma vertente de campismo.

Agora o site MaCamp apresenta o maior conteúdo de informações sobre a prática do naturismo. 

Primeiramente você deve saber que esta seção é dedicada à prática respeitosa do naturismo familiar, ou seja, se está procurando materiais de cunho obsceno está no lugar errado. 

Aqui você conhece conceitos do nudismo, assim como órgãos relacionados e os locais de prática. Tudo relacionado ao Campismo que é o foco do site MaCamp. Você poderá conhecer e iniciar na prática acampando.
Conheça também áreas naturistas e de  camping .


Após visitarmos o site, achámos que seria uma boa ferramenta de divulgação desta prática, pois tem algumas considerações sobre o nudismo/naturismo, mas sobretudo informações sobre os parques de campismo nudistas e algumas dicas para se poder iniciar como  campista nudista.
Como em Portugal não temos, infelizmente muitas infraestruturas em que possamos praticar o campismo nudista, fica aqui a informação de uma página do Brasil e o apelo para que visitem o site pois poderão gostar.

domingo, 10 de janeiro de 2010

Di Vino - Vinho a Nu

O néctar dos deuses e um fotógrafo

por Catarina Mendonça Ferreira , Publicado em 08 de Janeiro de 2010
  
A sensualidade do corpo feminino uniu-se ao néctar dos deuses sob a objectiva do jovem fotógrafo Diogo Moreira. O resultado está a partir de amanhã no Museu do Vinho da Bairrada
 

 
 Diogo Moreira é um jovem fotógrafo de Aveiro que recebeu um convite original: fazer uma exposição onde unisse o seu tema de eleição - o nu feminino - e os cenários vínicos emblemáticos da Bairrada.

(...)"Depois da visita a algumas caves, achei que as Caves Aliança tinham todo o potencial e essência intemporal para as fotografias. Considero que foi um processo criativo muito emocional, todo aquele ambiente e força vínica, a percepção olfactiva... Todos os elementos ajudaram a criatividade", explica Diogo Moreira, que tem como referência o trabalho de fotógrafos como Andreas Bitesnich, Sascha Huttenhain e David Lachapelle.
 

 
A exposição "Di Vino - Vinho a Nu" - encomendada pela direcção do Museu do Vinho da Bairrada e pela Galeria Nuno Sacramento - é composta por 16 fotografias a cores e a preto e branco, nas quais uma modelo posa entre rolhas de cortiça, barris de vinho e pilhas de garrafas, como veio ao mundo.


Ainda assim, Diogo Moreira, optou por não revelar "algumas partes do corpo", para não chocar o espectador. "Gosto de imagens agressivas, poses fortes da modelo onde o corpo feminino é exaltado com a sua beleza natural", explica.(...)
 

 
A exposição "Sangue & Corpo Di Vino - Vinho a Nu" inaugura amanhã e pode ser vista até 30 de Abril no Museu do Vinho da Bairrada (Avenida Eng.º Tavares da Silva, Anadia), de terça a sexta-feira, das 10h00 às 13h00 e das 14h00 às 18h00, e aos fins- -de-semana e feriados, das 11h00 às 19h00.  

Excertos retirados de Ionline.
Podem consultar a reportagem completa em www.ionline.pt/conteudo/40846-o-nectar-dos-deuses-e-um-fotografo

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Nota dos Administradores

Chegou à nossa atenção, no inicio deste ano de 2010, que havia um blog na internet que estaria a publicar um texto nosso. A princípio não achámos que houvesse grande problema, mas ao visitarmos esse blog (blog da praia do Abricó) deparámo-nos com o nosso texto «As crianças e a nudez», publicado por nós em Novembro de 2009, totalmente copiado, sem alteração de qualquer espécie, nem mesmo a nível fotográfico, mas mais grave, como se tivesse sido escrito por outra pessoa, sem qualquer referência aos seus autores que fomos nós.
Nós compreendemos que existem assuntos que pela sua importância devem ser focados por muita gente para poderem chegar cada vez mais longe, e sabemos também que existe a possibilidade - para quem tem uma página de blog ou de internet - de se ser copiado, no entanto sempre achámos que o mais natural seria dar o crédito a quem o merece, porque isto de dar opiniões numa página da net, blog ou não, não é fácil e dá trabalho a fazer, como tal não custa nada e seria natural colocar-se a fonte de onde se tirou aquele texto.
No nosso caso a maioria dos textos é a nossa opinião, escritos por nós, e quando por acaso publicamos algo que encontrámos na net ou que nos mandaram, mesmo fazendo nós a tradução dos textos, tentamos sempre colocar a fonte desses mesmo textos.
Veja-se o caso do blog dos peladista unidos, que mesmo ao publicar uma simples opinião a um texto também nosso, faz referência dizendo que o texto que motivou esta opinião encontra-se na página casaisnudistas.blogspot.com - Sem qualquer tipo de problema, simples e que nós muito agradecemos.


Já contactámos o blog em causa para que seja reposta a verdade, mas ainda não obtivemos resposta.
Por nossa parte não vamos mais alimentar esta novela, tomando nós precauções para que tal não se volte a repetir, mas como costumamos dizer em Portugal, o seu a seu dono e quem não se sente não é filho de boa gente. Mas nós vamos tentar continuar nesta mesma linha de pensamento e de opinião em relação ao nudismo tentando chamar outros com o mesmo pensamento, no objectivo claro de união e não de desunião, para que o nudismo possa ser cada vez mais forte.
Para isso nós vamos continuar a ter muito trabalho a transformar a nossa opinião e o nosso pensamento em textos que sejam agradáveis de ler, e que toquem nos pontos que para nós são essenciais, dando o crédito, quando necessário, a quem de direito...
...pelos vistos outros não.

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Alguém para nadar bruços? A nossa escritora perde os complexos corporais para competir nas Olímpiadas naturistas




À medida que tomo o meu lugar nos blocos de partida, oiço um murmúrio entre os espectadores junto à piscina. Está prestes a começar uma prova de natação.
A bandeira de Inglaterra está na minha tôca de natação e à minha esquerda – em posição e prontas – estão duas alemãs em boa forma. Estou a competir pela Grã-Bretanha numa prova de natação internacional, e devia ser uma grande honra.
Mas não consigo afastar a sensação de que algo está muito errado. Porque, sem contar a tôca um pouco ridícula, eu estou completamente nua. E estou prestes a participar na maior competição de natação nudista do mundo, à frente de centenas de estranhos.




Jessica Hatcher despe-se para participar no campeonato mundial de natação para naturistas.



Então, como é que eu acabei nestes preparos? Não são estas situações que nos aparecem nos nossos piores pesadelos?
Tudo começou muito inocentemente alguns meses atrás, quando eu descobri a competição enquanto navegava na internet. Sempre com a pesquisa jornalística em mente, enviei um e-mail para a organização para saber se poderia ir e presenciar a competição.
Parecia único e divertido, e eles aceitaram. Mas, algumas semanas mais tarde, eles ligaram-me. Aparentemente havia falta de concorrentes no meu grupo etário. Poderia eu participar?
Imediatamente fiquei nervosa. Eu sou uma nadadora competente, mas gosto tanto de competir quanto de ficar nua na frente de estranhos (Só me despi uma vez em público – num balneário feminino depois de uma aula de yoga – e foi assustador).


A minha pele está a fazer o trabalho das roupas e os meus complexos corporais desapareceram



No entanto enquanto o pensamento do meu corpo nu a desfilar em frente a centenas de estranhos me horrorizava, não pude evitar de me sentir intrigada. Teria eu trabalhado tanto para nada?
E além disso, eu disse para mim mesma, Eu fui convocada – o meu país precisa de mim. E foi por isso que eu agora me encontro posicionada num bloco de partida, com as minhas meninas e tudo a descoberto, pronta para lançar o meu corpo nu, dedos à frente, directamente para 50 metros de frenético crawl.


A Federação Internacional Naturista é bastante importante no mundo nudista.
O campeonato mundial de natação foi lançado pela primeira vez em 1971. Equipas nacionais de oito países vieram participar: Grã-Bretanha, França, Alemanha, Espanha, Itália, Holanda, Bélgica e Suíça.
Hoje, eles estão todos reunidos no Ken Marriott Leisure Centre em Rugby. É só a segunda vez em 17 anos que a Inglaterra é anfitriã.




Jessica “Têxtil” chega a Ken Marriott Leisure Centre em Rugby



Eles alugaram a totalidade das instalações porque, como Andrew Welch do British Naturism me diz: 'Nós não podemos ter "têxteis" a andar por aqui.'
É um engano muito comum, é-me dito, achar que os naturistas/nudistas nunca usam roupas. No entanto eles acreditam que existe um tempo e espaço para estar nu.
O dia começa quando eu chego ao Ken Marriot e conheço o Andrew. Ele brinca dizendo que hoje não vamos precisar de balneários separados. Primeiro corei mas depois compreendi porquê.
Homem ou mulher, novo ou velho, todos se despiram sem cerimónia - a maioria tirou as calças e cuecas primeiro.
Vejo todas as formas que imaginei e mais à minha volta, no entanto ninguém se não eu parece estar a fazer as coisas de maneira diferente do que fariam se tivessem as roupas vestidas.
Conversas perfeitamente normais acontecem à minha volta. Um homem enorme, todo nu com uma tatuagem nas costas que dizia 'Não existe riqueza se não a vida' pergunta onde fica a piscina.
Eu mal consigo olhá-lo nos olhos – mas também não sei para onde mais poderia olhar.
Fecho-me num cubículo para me despir, enrolando-me ainda na minha toalha como última defesa.
Aventuro-me e espreito nervosamente para fora. A equipa alemã está à minha direita. Um jovem que à minutos atrás, quando estava vestido, parecia um fã de heavy-metal, agora é simplesmente um jovem alto e orgulhoso, “vestido” só com a sua tôca prateada com a bandeira da Alemanha. Ele sorri e diz olá.
À minha esquerda, Bart, o treinador da equipa holandesa, está a dar indicações à sua equipa. Eu gosto do Bart. Conheci-o mais cedo no hotel da equipa. Perguntei-lhe se a equipa dele estava forte.
'Melhor que os ingleses,' disse, 'mas não tão boa como os alemães.' Eu sorri. Os alemães. Aparentemente, são muito bons nadadores.
A competição é levada muito a sério. As pessoas falam com admiração de Tom Hummer, um alemão naturista de 21 anos que consegue nadar 50 metros em pouco mais de 25 segundos.




Jessica deixa a toalha e prepara-se para mostrar tudo



Isto é muito aproximado da marca olímpica – o record dos 50 metros livres actualmente é de 23.86 segundos.
Para a equipa inglesa, isto não se resume à natação, embora eles treinem regularmente (nus).
'Todos lhe dirão,' explicou-me o Andrew, 'se eles tiverem de usar um fato de banho, acharão muito desconfortável.'
Cada equipa pertence a clubes naturistas regionais que, ou têm instalações próprias ou alugam piscinas regularmente.
Glen, o nadador-salvador (têxtil) do Ken Marriott Leisure Centre com 18 anos, diz-me que ficou um pouco assustado quando soube desta competição - 'Tinha a ideia de que iria ser um monte de pessoas a mostrarem os seus corpos nus de um lado para o outro.'
As janelas da piscina estão tapadas com cortinas e grandes sacos, para que as pessoas na rua não possam ver para dentro. De vez em quando os raios de sol entram pelos vidros. Está um belo dia e eu penso por um minuto o que eu não daria para poder estar a gozá-lo lá fora vestida.
A área da piscina fervilha com actividade nudista. Um homem de meia-idade faz exercícios de aquecimento com os braços à volta da cabeça com um moinho (Não vos direi quais os efeitos físicos disto). Outro faz alongamentos de pernas. 



É realmente difícil não sorrir quando nós ou a pessoa com quem estamos a falar nos encontramos completamente nus



Dentro de água estão pessoas a fazer piscinas.
De repente tomei consciência. Eu ainda não tirei a minha toalha; por alguma razão não posso. No entanto sendo a única que ainda não está nua faz-me sentir ainda mais esquisita.
Então decidi que já está na altura. Mas qual a melhor maneira para o fazer? Deixar descair até a cintura? Destapar as minhas nádegas antes do resto? Num impulso de adrenalina, por fim, arranco a toalha de uma vez.
Estou nua! Estou extremamente satisfeita comigo mesma. O meu corpo assemelha-se a uma armadura – a minha pele está a fazer o trabalho das roupas. E os meus complexos corporais desapareceram.
Em biquini, estou constantemente a encolher a barriga, e a compor o meu peito, mas nua, não há nada para compor.
Subitamente sinto-me muito mais corajosa e audaz do que pensava.
'Assim está melhor!' dizem à minha volta. Dão-me palmadinhas nas costas. Annette da equipa inglesa inclina-se para mim. 'Não é a sensação mais incrível?!'
Para a maioria dos naturistas a sensação é o mais importante – sentir a água na pele nua, o corpo livre das roupas justas e satisfação de encontrar o natural equilíbrio do corpo.
Vejo o Tim, um consultor de 37 anos, e sento-me ao lado dele, tendo o cuidado de pôr primeiro uma toalha na cadeira (os naturistas sempre se sentam nas toalhas).




Jessica competiu em três provas - crawl, bruços e costas



'Não se consegue explicar o nudismo. Tem que se tentar,' diz o Tim. 'Trata-se de ser livre. Estar nu faz-me sentir bem. Nadar nu é ainda melhor, é o mais natural que se pode  fazer.
'Na práctica não existem barreiras, e até acho que as pessoas são mais amistosas. Todos interagem melhor.'
Agradeço ao Tim e dirijo-me para a piscina com um novo sentido de orgulho. Ocasionalmente os meus olhos vagueiam para onde não devem, mas isso parece não importar as pessoas. Penso que eles compreendem que sou uma principiante.
Noto com satisfação, que de todos os olhos masculinos existentes na piscina, nenhuns estão fixos em mim.
Então, subitamente, ouve-se o apito. As corridas vão começar. Existe tensão no ar e então lembro-me de que despir-me foi só uma parte da razão de estar aqui.
Vou competir pela Grã-Bretanha em três provas: crawl, bruços e costas.
A ideia de nadar de costas nua no início horrorizou-me, mas agora que estou realmente nua um pouco mais de exposição não me parece muito mau.
O que me preocupa mais são as pessoas contra quem tenho de correr. Nas três provas (para mulheres com idades entre 25-29 anos) sou só eu, a Marina e a Mirjam.
Parece que no meu escalão existem falta de mulheres naturistas. A Marina e a Mirjam são ambas da Alemanha e parecem ser realmente nadadoras – têm ombros musculados, costas largas, barrigas lisas e pernas fortes.
Tomo posição nos blocos de partida para os 50 metros bruços. A corrida foi uma névoa. Terminei em terceiro.
Ao sair da água, oiço um forte aplauso do lado da equipa inglesa.
Sorrio e aceno entusiasticamente para os meus apoiantes – esta coisa do naturismo é contagiante. Ganhei a medalha de bronze pelo meu país! Tenho um sorriso de orelha a orelha.
Sento-me junto do Tim, o consultor, outra vez. Ouvi rumores de que ele era a estrela da equipa britânica.
Ele é naturista há 10 anos, diz-me. Começou numas férias na Croácia.


Quando não tens a tua roupa para te esconderes, tudo o que te fica é igual ao que todos têm



Os croatas são mais entusiásticos com o nudismo/naturismo do que os alemães - 20 por cento do turismo croata é naturista. Tim conclui que nós não temos o clima mais apropriado em Inglaterra. Eu concordo.
Rachel, a namorada do Tim é muito calada. Afinal também é a primeira vez que se encontra nua em público. Só começaram a namorar em Junho. O Tim disse-lhe que era naturista logo no primeiro encontro.
Aparentemente, ouve um longo silêncio antes dela responder. Mas ela tem uma mente muito aberta: 'É como tudo – não se pode dar uma resposta fundamentada se não experimentarmos primeiro.'
Pergunto-lhe como ela se sente. 'Sinto-me segura. Todos são muito respeitadores.'
Um almoço é servido na cantina. Mary e a Stephanie, duas funcionárias de uniforme, estão atrás do balcão a servir as bebidas.
Dizem-me, de perto das máquinas Slush Puppie, que já pertenceram à equipa naturista de natação noutras competições já realizadas.
Elas sorriem e riem-se e eu sorrio e riu-me também. É realmente difícil não sorrir quando nós ou a pessoa com quem estamos a falar nos encontramos completamente nus.
No fim do dia, ganhei três medalhas de bronze. A equipa inglesa considera que foi uma grande vitória. Como cheguei em último em todas as corridas, não posso concordar, mas sinto-me levada pelo seu entusiasmo e não me preocupo.
Angela Russel, a presidente do British Naturism, passou o dia sentada com o seu portátil num dos topos da piscina a digitar informação para uma folha de cálculo.
Ela é uma senhora forte, com uns seios que parecem as orelhas de um spaniel, mas com muito charme e muito eficiente.
Diz-me que os alemães são os vencedores, os ingleses ficaram em segundo e os holandeses em terceiro. São muito boas notícias.
Tim levanta-se para me dar um abraço. Ele ganhou a medalha de ouro em mariposa. Respondo naturalmente ao abraço dele. Só depois é que me lembrei que me encontro nua. É muito estranho – esperava que isso fosse o tipo de coisa que não fosse fácil de esquecer.
Uma das responsáveis pelo catering que nos serviu o almoço, a Julie, diz-me que até gostaria de experimentar, mas só se fosse com pessoas que ela não conhecesse. O que levanta uma questão interessante – o nudismo/naturismo parece ser bom para conhecer novas pessoas.
Existe qualquer coisa no facto de estar nu que faz com que sejas mais amigável e receptivo. Quando não tens a tua roupa para te esconderes, tudo o que te fica é igual ao que todos têm.
Quando vou a sair da zona da piscina, paro para uma pequena conversa com o nadador-salvador, Glen. Pergunto-lhe o que ele achou.
'Não foi mau. Até gostei,' diz sorrindo. Depois fez uma careta e diz:
'Têm mentes muito abertas, não têm?' Sigo a sua linha de pensamento. Um irlandês de barriga redonda está descontraído, sentado numa cadeira de plástico, de perna aberta, com uma expressão benevolente na cara.
O irlandês vê-me a olhar, levanta-se e ao passar por mim diz, com satisfação estampada no rosto: 'Tive um dos melhores dias de sempre'. Aceno com a cabeça afirmativamente, pois parte de mim realmente gostou de despir a minha pele 'têxtil'.
Quando me dirijo para os balneários, encontro novamente o Andrew do British Naturism que me convida para outra prova de natação que irá acontecer no próximo fim-de-semana.
'Tens que ir! Até vai haver uma festa de discoteca nua.' A minha surpresa é visível e audível. Posso ter nadado pelo meu país, mas uma festa de discoteca? Ainda não estou muito segura para isso.


Reportagem efectuada pelo Daily Mail em Novembro de 2009.
Tradução livre por casaisnudistas.