Quando o sol desperta, o céu fica limpo e azul e o calor aperta, lá começa a romaria para as praias. Tempo de espera em filas extensas e procurar estacionamento em parques já lotados, são sacrifícios feitos de bom grado para poder chegar à areia e escolher um espaço para estender a toalha, e gozar um dia de praia que se espera seja bem passado e agradável. O problema é que quando as pessoas começam a ir à praia, alguns serviços como os cafés ou restaurantes de praia já funcionam mas a vigilância ainda não, e o mar ainda está revolto e com correntes muito fortes.
No fim-de-semana passado cinco pessoas perderam a vida em praias portuguesas, por se aventurarem em águas geladas e com correntes fortes e traiçoeiras.
Agora os concessionários dizem que a época balnear deve começar mais cedo e as entidades responsáveis por este pelouro vêm dizer que os concessionários é que têm de contratar os nadadores salvadores mais cedo, ou seja empurram de uns para os outros, quando na nossa opinião, a responsabilidade desta situação deve ser dividida por três, visto que não faz sentido haver uma data para começo e terminus oficial da época balnear num país como o nosso que tem uma extensão grande de praias e em que existe a facilidade das pessoas do litoral se deslocarem a essas praias, mas também se são os concessionários que contratam os nadadores salvadores na época balnear, que geralmente abrange uma área frontal ao restaurante ou bar na praia que tem a concessão e que lhes proporciona mais negócio, pois possibilita-lhes o aluguer de espreguiçadeiras e chapéus-de-sol, porquê esperarem por uma época definida em calendário para contratarem os nadadores salvadores, se quando o tempo já é bom, as praias se encontram cheias?
Mas uma parte da responsabilidade também terá de ser atribuída às pessoas, que muitas vezes não respeitam o mar nem as indicações que lhes dão, ou porque acham que sabem nadar muito bem ou que só acontece aos outros, aventuram-se bastante.
Mas isto serve para lembrar a situação com que nós nos deparamos todos os anos, que é precisamente a falta de nadadores salvadores em praias nudistas.
Dado que em Portugal os nadadores salvadores são da responsabilidade do concessionário da praia na qual trabalham, e geralmente esse concessionário também explora restaurantes ou bares na praia, e visto que as praias nudistas em Portugal, não possuem essas infra-estruturas, não temos nas nossas praias qualquer tipo de vigilância, à excepção da praia das Adegas em Odeceixe que já há alguns anos possui um nadador salvador. No entanto deveriam estas praias ser também vigiadas visto ser uma situação diferencial em relação aos frequentadores das praias têxteis, (se estão vestidos podem ter vigilância, se estão nus então não) ou seja os nudistas têm que ter muito mais cuidado visto que em muitos casos as praias, mesmo as legalizadas, têm um mar bastante forte ou fundões, mesmo com bandeira verde, em que se torna perigoso o refrescante banho de mar – a praia do Meco é um desses casos.Às vezes nos questionamos se, em relação à praia do Meco, os papeis estivessem invertidos, isto é, se quem explorasse o restaurante fosse nudista e a praia frontal ao restaurante cuja concessão é da responsabilidade do restaurante também fosse nudista e a praia ao lado fosse têxtil, quanto tempo demorariam a ter infra-estruturas básicas e vigilância. Muito menos, certamente do que os nudistas que ao longo do país que esperam que se lembrem que eles também têm necessidades, de comer, de se refrescarem ou as mais básicas necessidades fisiológicas, e que quem frequenta as praias nudistas também tem direito de as frequentar como família com crianças que têm mais necessidades do que os adultos.
Vamos pedir a todos os têxteis e aos responsáveis pelas autarquias, que fechem os olhos e imaginem as vossas praias, bastante limpas com as espreguiçadeiras todas colocadas por debaixo dos chapéus de palha, proporcionando sombras agradáveis, dois nadadores salvadores que vos dá bastante segurança para poderem levar as crianças, um bar ou restaurante que vos possibilita usar da casa de banho, beber uma bebida (muitas vezes sem sair da praia) ou comer qualquer coisa, divertimentos de mar que podem ser alugados…Agora imaginem que estão nessa praia, mas sem a limpeza, as espreguiçadeiras, os chapéus de palha (têm que levar os vossos chapéus de sol), os nadadores salvadores, os divertimentos de mar e em que o restaurante ou bar que nos possibilita beber ou comer qualquer coisa e usar a casa de banho ou não existe ou fica a cerca de 1,5 Km de distância. Gostam?
Nós também não.
quarta-feira, 26 de maio de 2010
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