Por Frank Scheck
Via Tweet/Broadwayworld
Já viu a Clara e o Quebra Nozes tantas vezes que chegue até ao fim da sua vida? Cansado de ver as Rocketes com os calcanhares para cima em pontas no seu espéctaculo natalício, novamente? Bah, como se não houvessem mais espéctáculos…
Ei, mas estamos em Nova York, por isso não há problema. Existem muitas alternativas de espectáculos natalícios criados para quem goste do seu eggnog com algo mais.
E espectáculos com algo mais é com certeza o “Naked Holidays,” uma comédia de humor negro para a época natalícia. Este ano, a quinta edição promete mais música, mais dança e – presumivelmente o mais importante para quem assiste um espéctaculo com este título – nudez. Apresenta canções e sketches dando uma volta anárquica às tradições festivas, incluindo o “Dead-Nosed,” no qual as renas do Pai Natal planeiam o assassinato da rena Rudolph, and “Fear the Nog,” uma sátira que coloca o Pai Natal como um Big Brother, que considerando que ele sabe sempre quem é bom ou mau, até faz sentido.
Naked Holidays, um espectáculo com canções decididamente seculares e sketches recordativos, que nasce de um encontro improvável de uma britânica alegre (Ruthie Stephens) e um mexicano adorador de heavy-metal (Alessandro Colla) que lideram o elenco de dezanove jovens atraentes performers, a maioria dos quais você vai ver nu até o final da noite, numa breve orientação sobre a história das festas que ocorrem no mês de Dezembro.
As razões não oficiais para a celebração do nascimento de Cristo ocorrer a 25 de Dezembro, eles concluem, tem origem nos existentes festivais pagãos do solstício, que continham muita bebedeira, orgias, comédias brutas e espectáculos.
E é com esse espírito que a companhia nos encoraja a pegar mais uma bebida no bar do teatro, a soltarmo-nos e passarmos um bom bocado. Este não é um bacanal artistico celebrando tradições literárias eróticas. A única maneira de desfrutar das Naked Holidays é verificar à porta se leva o seu bom gosto, e nada mais é necessário.
Existem outros sketches onde se incluem uma confrontação entre os novos brinquedos que se recebem no Natal e os presentes mais velhos, cansados e negligenciados, uma revolta contra um departamento de uma loja e uma pequena peça com pessoas nuas a dançarem em segundo plano, enquanto Hanna Stone e Morger Levi actuam um drama doméstico como marido e mulher. ("Eles não vão entretê-lo! Eles não vão iluminar-vos!" grita um frustrado Ed Stone para a plateia distraída.)
Com muitos escritores e directores, a noite pode proporcionar um sentimento ligado ao passado, e enquanto cada quadro proporciona algumas risadas, existem algumas partes que podem esfriar um pouco, mas normalmente existe um corpo nu ou quase nu, essencialmente para prender os espectadores, enquanto se espera pelos melhores momentos.
Num interlúdio musical, quatro rapazes usando apenas tangas natalícias harmonizam com Mel Torme e Bob Wells, "The Christmas Song" e um trio de meninas com peças de presépio de plástico, presas aos seus minúsculos biquínis que nos dão uma interpretação solene de "Oh Little Town of Bethlehem."
Mas no meio desta raça toda, o momento mais memorável, é um momento muito inocente, onde a doce e sorridente Alexandra Scott - o primeiro membro da companhia a aparecer completamente nua – se apresenta à audiência, e nos informa que está prestes a fazer algo com que sempre sonhou, e se senta ao piano e toca o solo de "Skating" de O Natal de Charlie Brown. É uma das alturas em que nos questionamos quando surgirá a piada cruel. Como tal não acontece, ficamos com a agradável sensação que todos os pais devem sentir ao verem os seus filhos, nus, a tocar um solo num concerto de Natal.
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